CL

Haverá um ano em que haverá um mês, em que haverá uma semana em que haverá um dia em que haverá uma hora em que haverá um minuto em que haverá um segundo e dentro do segundo haverá o não-tempo sagrado da morte transfigurada. - Clarice Lispector.

You here.

Te quero aqui comigo. Quero sua companhia, seu carinho, seu beijo, tudo. É muito te pedir isso? Estou aqui, sozinha, esperando por você. Aguardo sua resposta. Eu penso as vezes que estou sendo iludida. Por que? Porque eu não tenho certeza se você tem os mesmos desejos igual eu em relação a nós. Eu fico aqui te esperando, eu não desisto de você. Pelo menos um sinal meu amor, pelo menos um. Eu te amo, quero você ao meu lado. O meu presente e futuro será NÓS.

Eu quero paz.

   Existe um lado meu, que prefiro não compartilhar com as pessoas. Prefiro guardar pra mim mesma, só eu saber daquilo. O incrível é: As pessoas não entendem. Elas pensam que tudo que eu tenho, preciso dizer.
    Não. Eu não gosto de compartilhar esse meu lado. Ele é secreto, existe segredos, existe sentimentos. Por que as pessoas não entendem? Por que? Esse meu lado é que nem dos artistas. Os paparazzis estão sempre por perto, qualquer lugar onde os famosos estão. Os famosos, se estressam, ficam em depressão, xingam porque eles tão nem privacidade nenhuma. Eles são pessoas normais, assim como todo mundo. Eu queria ter privacidade em algumas coisas. Queria poder ficar quieta. Queria ficar na minha, sem pessoas me pressionando. Eu quero paz. Só paz. Apenas paz. Paz.

Sua companhia naquele Outono.

Naquela tarde de Outono, estava apenas eu e você. Caminhando sobre uma estrada cheia de folhas amarelas e laranjas jogadas ao chão. O vento daquela tarde batia em nossos rostos e bagunçava nossos cabelos. Aquilo parecia ser um problema, mas não. Nada podia nos atingir, poque estávamos juntas. Andávamos de mãos dadas, conversando sobre nossos futuros filhos, nossa futura casa. Era tão confortável estar do seu lado e poder falar de qualquer coisa e principalmente sempre mencionar o  ''nós'' e o ''nosso'' naquele diálogo. O seu sorriso era encantador e sua voz soava uma melodia que eu não cansava de ouvir. Sinceramente eu não queria que aquele momento acabasse. Jamais. Eu queria poder dar uma pausa, poder ficar daquele jeito pra sempre, não iria me importar. Continuávamos andando daquele jeito e começou a chover. Parecia que não nos importávamos com aquilo porque estávamos juntas. Chegamos na minha casa, apesar de molhadas, estávamos bem felizes, rindo. Sentamos uma do lado da outra com uma xícara de chocolate e você com aquele jeito de anjo, coloca meu cabelo atrás da orelha, aproxima seu rosto do meu, me dando um beijo delicado. Aquilo realmente foi um sonho, não queria acordar. Jamais. Eu estava com você e nada mais me importava, além de você. Apenas você.

Cansada.

Eu mudei. Estou cansada. Cansada de todo mundo me usar, de todo mundo querer me ver infeliz. Na verdade, já conseguiram. Estou infeliz. Eu agora, evito palavras, evito convivência com os outros e claro, evito compartilhar meus sentimentos. Pra que compartilhar esses sentimentos que pra muitos não tem importância? Pra que eu ser feliz se vem alguém e destrói minha felicidade? Pra que conviver com pessoas se depois eu me apego, me apaixono e mais tarde me machuco? Não há resposta pra isso. Eu vivo, assim como outros mas, vivo no meu mundo. No meu pequeno mundo cinzento. Minha vida é cinzenta. Será possível que nem eu sossegada, calada, me deixam em paz? Eu só quero viver, sem problemas em minha vida.

Mais um sonho sonhado por CH.

Um vazio. Sozinha. Era esquisito andar naquela grande rua deserta. Além de esquisito, era angustiante. Meus passos eram curtos, silenciosos e devagar. Olhava para todos os lados, em busca de alguma esperança. Ouvia barulhos mas, não havia nada, apenas eu e a companhia daquela estrada.


Eu queria poder sair dali mas também queria continuar. Será o fim do mundo? O que o ser humano tinha feito com sua casa? Com a NOSSA casa. Aquele lugar era cinza. O céu era branco. A estrada.. mesmo tom do céu. Eu prosseguia meus passos, dessa vez mais rápido. Lá na frente, avistei um brilho, uma luz que chamava atenção a cada aproximação minha.


Havia um bilhete, uma letra legível e uma noção muito grande. Peguei aquele brilhante bilhete e passei meus olhos na escrita. Uma gota caiu sobre o papel. Mais uma. Senti meus olhos úmidos. Lágrimas. Não, não era eu quem estava chorando, era o mundo. Aquelas lágrimas do mundo caindo sobre mim e o pequeno surpreendente bilhete me fez ficar nauseada.


Pra que tudo aquilo? Simples. Era o próprio mundo falando comigo. Por que o mundo? Simples mais uma vez. Chuva, papel brilhante igual aos raios do sol, letra legível. Só isso? Não. O bilhete. A mensagem.




'' Estou de férias.
Assinado: Mundo. ''

Simplesmente viva.

O título já resume tudo. Simplesmente viva. A poucos dias atrás, eu estava revoltada, estava triste. Motivo? Nenhum. Eu simplesmente estava. Eu queria morrer, queria me cortar, fugir de casa, sumir do mundo por um motivo que não existia. Mas.. eu parei pra pensar e vi que aquilo era bobeira. Existem pessoas neste mundo que têm problemas bem maiores que o meu. E elas desistem de viver? Não. Elas continuam vivendo, mesmo com esses problemas. Elas lutam, elas são felizes mesmo tendo esses problemas. Por quê? Porque elas vivem. Elas sabem que essa vida é valiosa e que têm sorte de tê-la. Daí que eu digo. Viva. Não pense só em você, pense nos outros. Pense nas pessoas que queriam ter sua vida e do mesmo jeito, seguem em frente. Deus nos deu uma vida tão bela, não vá desperdiçá-la em coisas erradas. Aproveite-a, se divirta. Simplesmente viva. 

Essa dor vai passar, eu sei disso. Mesmo que eu fique horas chorando, fazendo com que a dor saía pelas lágrimas, mesmo sabendo que não vão. Não sei mais o que posso fazer ou de certamente o que falar, só sei que essa dor já não dá pra aguentar. É muita coisa pra uma pessoa só sentir, muita coisa que de tão pequena foi se tornando tão grande que de um piscar de olhos está me fazendo se sentir como agora. Não sei o que fazer, nem ao menos sei como fazer parar de doer. O jeito é esperar, que com o tempo eu sei que não vai cicatrizar totalmente, só sei que vou aprender a suportar e fingir que nada me acontece.

— (Uma Poeta em Ecstasy)